terça-feira, 30 de novembro de 2010




Para o Bento com um apertado abraço

O deputado Bernardino Machado citado por Ramalho Ortigão nas Farpas

Bernardino Machado na sua participação parlamentar de Janeiro a Junho de 1883, tem diversas intervenções. Ramalho Ortigão refere-se no vol. XI das Farpas à discussão do projecto de lei nº 20 de Reforma do Ensino Liceal (Março), do Governo de Fontes Pereira de Melo, com palavras elogiosas para Bernardino Machado.

Estas intervenções de Bernardino Machado encontram-se transcritas no seu livro "Afirmações Públicas".

O seu pensamento e combate pela modernização do ensino liceal foi estudado por Rogério Fernandes no livro - "Bernardino Machado e os problemas da Instrução Pública"





segunda-feira, 29 de novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010



GAZETA das CALDAS - Sexta feira, 1 de Outubro de 2010 - Pedro Antunes

Outubro de 1910
Bernardino Machado, Presidente da República por duas vezes, esteve nas Caldas da Rainha durante o dia 5 de Outubro, quando em Lisboa se travavam os últimos combates que levaram à implantação da República em 1910.

Foi o próprio quem contou a história à Gazeta das Caldas, numa entrevista a Luiz Teixeira em 1926.

"Sabe que nunca esquecerei que estive nas Caldas nos dias da revolução de 1910. Eu vinha de Lisboa e dirigia-me a Alfarelos, mas quando aqui cheguei o comboio não seguiu mais", contou.
Bernardino Machado esteve algumas horas no hotel e seguiu depois de automóvel para Lisboa. "Pelo caminho, cheio de satisfação, ouvia a gente do campo a gritar, acenando com lenços e chapéus, que a República havia triunfado em Lisboa", disse ainda.
O então Presidente da República contou que passou por Alenquer "onde houve quem mandasse colocar umas pedras como recordação da minha passagem por ali naquela data". Em 2010 foi inaugurado neste concelho um memorial a Bernardino Machado.

Luiz Teixeira afirmava convicto, em 1926, que as Caldas tinham sido o campo de manobras de Bernardino Machado para essa marcha sobre a capital. "Entusiasma-o a narração desses factos. O seu olhar tem o brilho extranho de quem recorda o passado glorioso", escreve ainda o colaborador da Gazeta.

Bernardino Machado contou também que tinha estado por diversas vezes na Foz do Arelho, em casa de Francisco Grandela. "Há até lá uma escola que ele mandou edificar e a que deu o meu nome", adiantou, referindo-se à escola primária que recentemente foi recuperada.

"Peço-lhe que por intermédio do seu jornal transmita ao povo das Caldas das minhas calorosas e sinceras saudações", terá afirmado Bernardino Machado para terminar a entrevista.

Em 1926 Luiz Teixeira foi das poucas pessoas a saber que o então Presidente da República fazia escala na estação das Caldas da Rainha num comboio especial que transportava Bernardino Machado de regresso de uma viagem ao Norte.

Nessa altura a linha do Oeste estava para a linha do Norte como está hoje a A8 para a A1 - era um percurso paralelo e alternativo nas ligações entre Lisboa e o Porto. Por isso era normal que o comboio presidencial regressado do Norte passasse pelas Caldas.

"Baixo, pêra e bigodes brancos, olhar acolhedor, sorriso sincero", descreveu o escritor.

A entrevista foi publicada em Fevereiro de 1916, meses antes de Bernardino Machado ser destituído pela revolução militar de 28 de Maio, que instituiu a ditadura militar e abriu caminho à instauração do Estado Novo.

Reconhecido republicano, Bernardino Machado já tinha sido eleito num primeiro mandato como Presidente da República, mas foi deposto na sequência do movimento comandado por Sidónio Pais. Expulso do país, regressa em força à actividade política pós a queda do sidonismo.

Caldas distinguida pela primeira República

Apesar do seu nome monárquico - referência explícita a uma rainha -, Caldas da Rainha foi uma das localidades portuguesas que a primeira República distinguiu pelo "heroísmo, civismo e amor que manifestaram em sustentar a integridade das instituições republicanas", quando estas "correram o perigo de ser subvertidas".

A agência Lusa destacou recentemente numa notícia que Alcobaça, Aveiro, Bragança, Caldas da Rainha, Chaves, Coimbra, Covilhã, Elvas, Évora, Lisboa, Mirandela, Ovar, Porto e Santarém (hoje, todas com o estatuto de cidade) são as localidades que, entre 1919 e 1930, foram agraciadas, por aqueles motivos, como sublinham os decretos, para o efeito, então publicados.

Às Caldas da Rainha, que era então uma vila, foi atribuído o grau Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Esta distinção tem a sua a sua origem histórica na Ordem da Torre e Espada, fundada por Afonso V, em 1459.

A distinção fez com que o galardão passasse a figurar como insígnia destes concelhos, excepto no caso das Caldas da Rainha. Aliás, o brasão caldense é um dos poucos no país que não tem o aval da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, porque é anterior à normalização da heráldica municipal levada a cabo no princípio do século XX.





Uma iniciativa do Instituto dos Museus e da Conservação, Museu Nacional de Arqueologia e Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
30 de Novembro de 2010Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga
Programa:
17h30 - A República e o Museu Nacional de Arqueologia - Luís Raposo;
Os Valores da República - Amadeu Carvalho Homem;
Objectos do Quotidiano na República, 100 anos depois - Catarina Portas;
18h30 - Lançamento de catálogo e inauguração de espaço expositivo no Átrio do Museu Nacional de Arqueologia


sábado, 27 de novembro de 2010





Bernardino Machado na revista "ATLANTIDA"



No blogue de 17 de Abril de 2009 transcrevemos, da revista "Atlatida" - Vol. III, o artigo de João de Barros - "Brasil e Portugal - Fala o Sr. Presidente". Para o blogue de hoje digitalizamos da revista mais dois textos referentes a Bernardino Machado.











sexta-feira, 26 de novembro de 2010




ENCONTROS DE OUTONO - A 1ª República nos Municípios Portugueses



Bernardino Machado foi um homem virtuoso, com conteúdos e trabalho feito que têm enorme actualidade no contexto em que vivemos. Um homem que pensava o Estado e a sociedade. Cem anos depois, o investimento na instrução tem plena actualidade. Ainda hoje defendemos esse investimento na Educação." Foi deste modo que o vereador da Cultura e vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, abriu as conferências dos Encontros de Outono 2010, subordinadas ao tema "A I República nos Municípios Portugueses", sob organização do Museu Bernardino Machado, Paulo Cunha elogiou a figura de Bernardino Machado como político e pedagogo que pensava o Estado e a sociedade. "Bernardino Machado tinha uma ideia de Estado, tinha uma ideia de sociedade. Era um homem virtuoso. Não era um político vazio de conteúdos, era um político preenchido de ideias", destacou o autarca, exortando os alunos do ensino secundário presentes no auditório da Casa das Artes a estudar essa figura, não pelo facto de ser famalicense ou de ter sido Presidente da República por duas vezes, mas "pelas suas ideias".Os Encontros de Outono 2010 decorrem na Casa das Artes, com a participação de 13 conferencistas de vários pontos do País., e 200 particiantes. Estes Encontros de Outono fecham as comemorações do Centenário da I República, que a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, através do Museu Bernardino Machado, dirigido por Norberto Cunha, está a promover, com múltiplas iniciativas, ao longo de dois anos, desde o início de 2009. Por isso, Paulo Cunha destacou o trabalho desenvolvido pelo museu, "cientificamente muito rigoroso", assim como as comemorações do Centenário da I República que "foram exemplares". O director do Museu Bernardino Machado, Norberto Cunha, destacou, por seu turno, o investimento na Cultura feito pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. "O Museu Bernardino Machado está muito grato ao Município, e ao seu presidente, Armindo Costa, que tudo tem feito para que os objectivos possam ser concretizados", afirmou Norberto Cunha. Os municípios do Norte do País estão em destaque nestas conferências sobre a I República, havendo comunicações apresentadas por historiadores e especialistas sobre o movimento republicano nos municípios de Vila Nova de Famalicão, Fafe, Viana do Castelo, Chaves, Vila Real, Bragança, Guimarães, Barcelos, Braga, Amarante e Póvoa de Varzim. Os Encontros de Outono 2010 registam uma participação de 200 pessoas inscritas, entre professores, estudantes e público em geral.




BERNARDINO MACHADO criou, em 1897, os CURSOS PARA OPERÁRIOS no INSTITUTO DE COIMBRA









quinta-feira, 25 de novembro de 2010



Durante estes últimos dias tive a confortante companhia do Dr. Amadeu Gonçalves, que veio a Lisboa em serviço do Museu Bernardino Machado. Aproveitou para visitar algumas das exposições.
Ofereceu-me a edição do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico - "100 Anos de Património. Memória e identodade. Portugal 1910-2010", que adquiriu na Exposição patente no Palácio da Ajuda. Um abraço de gratidão!









Referência, no artigo do Doutor Luís Raposo, Director do Museu Nacional de Arqueologia, à criação do Museu por Bernardino Machado.







quarta-feira, 24 de novembro de 2010



Última correspondência de meu Avô Bernardino recebida por meus Pais

Em Março de 1944 Bernardino Machado é internado na Clínica Dr. Alberto Gonçalves, no Porto. vindo a falecer em 29 de Abril.
Meus Pais nunca se cansaram das inúmeras diligências a que procederam para que meu Avô viesse residir, como era seu desejo, para a linha de Cascais, onde usufruria de melhor clima. Infelizmente sem sucesso!
Reproduzo a correspondêcia recebida por meus Pais, de meu Avô, antes do seu falecimento.



Alberto:

Muito obrigado pela suas sempre extremosas palavras. Venho pedir muito especialmente notícias da nossa santa Rita. Eu tinha preparado tudo para ir do Porto para o Estoril. Mas à última hora coincidiram dois factos: o adiamento da vinda do Covões que se tinha oferecido no seu automóvel, e conjuntamente com o mau tempo que sobreveio ao meu médico que eu não tivesse todas as forças para fazer a viagem. Para aqui voltamos todos e continuaremos se o nosso médico me autorizar a partida. Desejava muito falar-lhe sobre o assunto pendente do processo de sucessão de minha Mulher. Com a avaliação extremamente baixa que foi feita da propriedade rural de Portela está tudo parado sem chegarmos à partilha amigável que é da maior urgência, muito especialmente para mim que cada vez me encontro mais sobrecarregado com as mesadas extraordinárias aos meus filhos.

Saudosamente os abraço, e até breve aí ou aqui.

Todo seu

Bernardino

Querido Alberto:
A visita da nossa santa Rita é neste momento a mais expressiva prova de amizade que me podia dar esse querido lar. Comprendo bem o sacrifício que todos fizeram e abraçando-a, a todos abraço do coração. E quando aqui os terei a todos?
Seu gratíssimo sogro
Bernardino



terça-feira, 23 de novembro de 2010




Do portal do INSTITUTO DE COIMBRA



Bernardino Machado, presidente do Instituto de Coimbra

Eleito sócio efectivo do Instituto de Coimbra em 1873, época em que realizava os estudos de Matemática e Filosofia na Universidade de Coimbra, Bernardino Machado (1851-1944) viria a tornar-se um dos mais emblemáticos presidentes desta academia científica e literária. Começou por ocupar o lugar de vice-director da Classe de Literatura e Belas Artes, entre 1877 e 1880, assumindo mais tarde o cargo de presidente da Direcção do Instituto num período conturbado por quezílias internas, revelando-se uma figura central que, através da sua acção, em muito contribuiu para sanar as discórdias e refazer a unidade deste corpo académico.
Foi eleito presidente em Assembleia-Geral de 26 de Maio de 1896 e, através de sucessivas reeleições, manteve-se no cargo ainda na primeira década de 1900. Destacam-se, durante a sua direcção, a admissão de grande número de sócios, incluindo as primeiras mulheres a fazerem parte desse número (Maria Amália Vaz de Carvalho, Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Amélia Janny, Domitilla Hormizinda Miranda de Carvalho); a cedência por parte do reitor da Universidade de Coimbra de todo o espaço do Colégio de S. Paulo Eremita ao Instituto e a realização de obras nesse mesmo espaço; a criação de cursos para operários; ou a comemoração do Primeiro Centenário do Nascimento de Almeida Garrett.



Livro de registo de matrículas dos alunos dos cursos populares (1897)


Em paralelo, leccionava na Faculdade de Filosofia, para a qual foi muito cedo nomeado lente catedrático (1879) e onde se viria a tornar professor de Antropologia, cadeira que foi criada por sua iniciativa em 1885. Já depois de cessar estas funções, Bernardino Machado foi eleito sócio honorário do Instituto, em Assembleia-Geral de 14 de Dezembro de 1910. Entretanto, tinha-se desligado da actividade docente em 1907 e partido para Lisboa, onde prosseguiu a sua actividade republicana. Integrou o Governo Provisório da 1ª República, em 1910, chefiou o Governo em 1914 e em 1921, e foi duas vezes eleito Presidente da República Portuguesa, em 1915 e em 1925.
Assinou diversos artigos na revista O Instituto, com especial relevo para os temas da educação, entre eles “O estado da instrucção secundaria entre nós” (vol. 30), “Notas d’um pae” (vols. 43, 44, 46, 47, 48, 49, 50), “Curso de pedagogia” (vol. 47) e “Pela liberdade” (vol. 48).

segunda-feira, 22 de novembro de 2010



Acabo de ter a visita dos queridos Amigos, Dra Paula Lamego e Dr. Amadeu Gonçalves, que me trouxeram tanto conforto e mais uma peça da Loja do Museu Bernardino Machado - Caneca - Centenário da I República. Bem-hajam!





Caneca - Centenário da I República
Autor - Fundação Castro Alves/Escola de cerâmica
Desenho - Pedro Cores
Artesã (pintura) - Maria José Cardoso
Artesã (manufactura prato) - Alexandrina Abreu





A Biblioteca Geral Digital da Universidade de Coimbra digitalizou o jornal "Resistência", Orgão do Partido Republicano de Coimbra.

Reproduzimos os números editados após o pedido de exoneração de Bernardino Machado de Lente Catedrático da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra.