sexta-feira, 25 de março de 2011














Câmara apresenta obra política de Bernardino Machado no 160.º aniversário do seu nascimento
25-03-2011


A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão convida os órgãos de comunicação social para a apresentação do I Tomo da Obra Política de Bernardino Machado, que decorre na próxima segunda-feira, dia 28 de Março, pelas 15h00, no Museu Bernardino Machado. A cerimónia conta com as presenças do vice-presidente da autarquia, Paulo Cunha, e do coordenador científico do Museu, Norberto Cunha. A apresentação da obra insere-se nas comemorações do 160.º aniversário de nascimento de Bernardino Machado, que se assinala precisamente a 28 de Março.

Editado pelas Edições Húmus, a obra política corresponde às publicações textuais existentes entre 1883 até 1907. Assim, este I Tomo da política tem início com os discursos de Bernardino Machado na Câmara dos Deputados em 1883 e termina em 1907 com a conferência pronunciada no acto das inscrições de Augusto José da Cunha e de Anselmo Braancamp Freire como sócios do Centro Republicano, segundo o extracto do jornal “O Mundo”. Augusto José da Cunha e de Anselmo Braancamp Freire aderiam ao Partido Republicano Português, tal como Bernardino Machado o fez em 1903, numa conferência pronunciada no Ateneu Comercial de Lisboa com o título “Formas de Governo”, texto reproduzido constantemente até aos nossos dias.

Membro efectivo do Directório do Partido Republicano Português entre 1906 a 1909, com Celestino de Almeida, António Luís Gomes, António José de Almeida e Afonso Costa, Bernardino Machado, em 1907, coloca-se ao lado dos estudantes, perante a questão da famosa greve académica do mesmo ano, alastrando-se por todos os ramos de ensino, demitindo-se de Lente Catedrático da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra, assim se manifestando contra a repressão que o então governo de João Franco exercia sobre os estudantes. No mesmo ano, em 1907, Bernardino Machado é homenageado publicamente, com uma manifestação inicialmente proibida pelo governo franquista, concretizando-se, contudo, tal homenagem a 27 de Julho.

O Tomo I da obra política de Bernardino Machado compreende, assim, textos retirados de livros como as “Afirmações Públicas: 1886-1888)” (1888), “Homenagens” (1902), “”Conferências Políticas” (1904), “Da Monarquia para a República: 1888-1905” (1905), “Pela República: 1906-1908” (1908), ou das míticas brochuras “Os Vinhos Portugueses” (1897), “Pela Liberdade” (1901) e “O Neo-Liberalismo da Monarquia” (1906). Contudo, a grande novidade, cabendo aqui, ao mesmo tempo, a sua originalidade, serão os textos de Bernardino Machado que dizem respeito às suas intervenções cívicas e políticas publicadas na imprensa portuguesa, particularmente no jornal “O Mundo”, mas também de jornais como “A Vanguarda”, “O Primeiro de Janeiro”, “A Voz Pública” ou “A Luta”, textos que acompanham o ideário republicano e propagandista na sua fase de maturidade, passada que está a fase da actividade pedagógica. Coordenado por Norberto Cunha, o I Tomo terá um texto do mesmo responsável de introdução geral ao pensamento político de Bernardino Machado, assim como ao respectivo tomo.

Refira-se que já foram publicados dois volumes: um volume dedicado à actividade científica, assim como um outro volume com três tomos dedicados à actividade pedagógica de Bernardino Machado (I tomo, 1882-1892; II tomo, constituído pelas “Notas Dum Pai”, texto publicado inicialmente entre 1896 a 1903 na revista de Coimbra “O Instituto”, e o III tomo, com textos publicados entre 1891 a 1903).



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